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domingo, 5 de dezembro de 2010

Ocupação das favelas Rocinha e Vidigal pode acontecer em breve.

Polícia já tem equipes treinadas para invadir e ocupar favelas da Rocinha e do Vidigal

Publicada em 04/12/2010 às 19h57m
Antônio Werneck
    Favela da Rocinha, localizada em ponto estratégico, com rotas de fuga pela mata e proximidade com zona rica da cidade. Foto: Fábio Rossi
    RIO - Lá dentro, são milhares de moradores, construções umas próximas das outras, vias íngremes e muitos becos. Do lado de fora, centenas de pessoas em prédios, casas luxuosas, hotéis lotados de turistas e veículos circulando sem parar em movimentadas avenidas. Ocupar as favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, parece uma tarefa extremamente difícil. No entanto, policiais civis do Rio já têm equipes táticas prontas, treinadas e com conhecimento suficiente da região para uma esperada invasão das comunidades, revelou o delegado Allan Turnowski, chefe de Polícia Civil. A operação, porém, ainda não tem data marcada.
    Recém-saído da batalha de retomada do Complexo do Alemão, Turnowski garantiu que a polícia é capaz hoje de entrar em qualquer favela do Rio. As polícias Militar e Federal, além das Forças Armadas, também têm equipes preparadas para subir o Vidigal e a Rocinha quando o estado quiser.
    - Já temos conhecimento suficiente sobre como entrar nas favelas da Rocinha e do Vidigal, e como ocupá-las. Nossas equipes táticas de recursos especiais já estão acostumadas a progredir naquela região. Se a decisão de entrar for tomada amanhã, já temos tudo planejado, sabendo até quem vai entrar e por onde - garantiu Turnowski.
    Duzentos fuzis com o tráfico na Rocinha
    A situação das favelas da Rocinha e do Vidigal é semelhante à que existia na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. Traficantes transformaram as duas comunidades da Zona Sul no entreposto de drogas, armas e munição de uma facção criminosa. Há pelo menos um ano, policiais do Rio têm conhecimento de que bandidos foragidos de outras favelas da Região Metropolitana teriam buscado refúgio na Rocinha. Só na comunidade, são mais de 200 traficantes e 200 fuzis em poder da quadrilha. O chefe do tráfico é Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.
    Estratégica para o tráfico, cercada de rochas e matas, a região teria se tornado esconderijo de bandidos foragidos até do Complexo do Alemão - uma informação que os policiais não confirmam. O tenente-coronel Carlos Roberto Garcia de Oliveira, comandante do 23 BPM (Leblon), responsável pelo policiamento ostensivo da região, diz que a PM tem informações sobre as favelas, os traficantes e a localização das bocas de fumo.
    Nos últimos dias, em especial depois da ocupação do Complexo do Alemão, a quantidade de informações que os PMs do Leblon receberam do Disque-Denúncia sobre a atuação dos criminosos da Rocinha e do Vidigal aumentou mais de 200%. Uma das denúncias anônimas chegou na última sexta-feira: diz que os traficantes estão aterrorizando moradores (suspeitos de darem informações às autoridades), andam muito nervosos, circulam armados por todo lado, e têm muito medo de uma invasão da polícia, que acreditam ser iminente.
    Embora a cúpula da segurança pública faça questão de negar, em abril deste ano as duas principais facções criminosas da cidade - a que dominava o Complexo do Alemão, e a que comanda as favelas da Rocinha e Vidigal - teriam selado um pacto de não agressão para enfrentar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas do Rio. Um encontro entre os principais chefes teria ocorrido na Favela da Grota, reunindo o traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, chefe do Complexo do São Carlos; um representante da Rocinha; Martiniano da Silva, o Pezão; além de Fabiano Atanázio da Silva, o FB - os dois últimos do Complexo do Alemão e que estão foragidos.

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